Fundatec consolida curso técnico de Enfermagem com 92% de empregabilidade - Fundatec

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Fundatec consolida curso técnico de Enfermagem com 92% de empregabilidade

Mauro Belo Schneider (Jornal do Comércio)

A Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec) virou referência no Rio Grande do Sul e no Brasil na organização de concursos, atendendo a mais de 200 mil pessoas por ano. Mas o negócio não se resume a isso. Seus cursos técnicos têm se consolidado, como é o caso do de Enfermagem, que, segundo o diretor da escola profissional, Felipe Homem, garante 92% de empregabilidade aos alunos.

Em 2023, a Fundatec, fundada em 1973, completa cinco décadas. A grande virada de chave para a instituição foi o Projeto Fundatec da Qualidade Total, que, entre 1991 e o início dos anos 2000, tornou-se capacitador de empresas no Rio Grande do Sul, atendendo a grandes entidades gaúchas. O programa impulsionou a Fundatec a um novo patamar, abrindo espaço para a criação da área de Concursos e da Escola Profissional Fundatec, com o curso de Técnico em Qualidade.

Nesta entrevista, durante uma visita ao Jornal do Comércio, Homem fala sobre a trajetória do empreendimento, instalado em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), na rua Professor Cristiano Fischer, nº 2.012, em Porto Alegre, e os planos futuros.

Empresas e Negócios – Como é a história da Fundatec?

Felipe Homem – É uma fundação privada que foi criada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) com o propósito de fazer a gestão dos projetos de pesquisa da instituição para que os pesquisadores pudessem focar na pesquisa. No final dos anos 1980, a Ufrgs se desinteressou por dar continuidade na parceria com a fundação. A partir daquela data, a Fundatec teve que se reinventar e começar a criar outras áreas que tivessem alinhadas a sua finalidade estatutária para sobreviver, gerando a área de consultoria, na qual alguns professores da Ufrgs se mantiveram e começaram a dar consultorias para empresas na área de Gestão da Qualidade Total. Grandes empresas do Rio Grande do Sul se aliaram, inclusive o PGQP (Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade) foi criado dentro da Fundatec. Depois, surgiu a outra área de capacitação in company, com programas customizados para as empresas. Em seguida, foi criado o departamento de estágios, no qual a Fundatec faz a intermediação do estudante com a empresa e a instituição de ensino para que ele consiga a primeira oportunidade de trabalho.

E&N – E como entrou o ramo de concursos?

Homem – Hoje, é o carro-chefe da fundação, reconhecida em nível nacional, pois fomos a primeira executora de concursos públicos do Sul do País. Conquistamos a certificação ISO 9001, por exemplo, que é um diferencial. Isso nos deu muita credibilidade, uma estabilidade muito boa nos processos internos que garante que consigamos entregar com muita segurança. O cliente que contrata um concurso público quer lisura total e a Fundatec sempre se manteve muito técnica, haja vista os clientes que temos, como a Procuradoria Geral do Estado, não só aqui no Rio Grande do Sul, mas em São Paulo. Temos clientes relevantes de toda a área de segurança pública gaúcha. Os concursos públicos movimentam cerca de 200 mil pessoas por ano. Então, é um segmento superimportante para a fundação.

E&N – De que forma a aplicação de concursos tem se modernizado?

Homem – A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, por exemplo, faz um processo seletivo para advogados em que eles respondem a prova de forma online. O candidato fica em casa e temos um sistema que consegue fiscalizar se ele está olhando só para o monitor, se não tem barulho no entorno. Ele não consegue abrir outras abas no momento que está fazendo a prova, pois o sistema vai avisando. Há outro caso de um teatro, também de São Paulo, em que a prova de redação se dá através de um processo online.

E&N – Como surgiu a escola e qual o curso mais procurado?

Homem – A escola vai fazer 20 anos em 2025, mas começou a tomar corpo em 2011, quando lançamos o Curso Técnico de Informática e o de Administração. Em 2015, o Hospital Mãe de Deus nos procurou para fazer uma parceria para montar um Curso Técnico de Enfermagem, pois estava com dificuldades de conseguir técnicos. Desde lá, viemos formando profissionais com 92% de taxa de empregabilidade, o que é um orgulho. Em 2018, lançamos mais um curso técnico, o de Segurança do Trabalho, também super procurado por conta da legislação de que as empresas precisam ter técnico de segurança ou ações de prevenção de acidentes de trabalho. No início de 2023, tínhamos 700 alunos ativos na escola, sendo que há cinco anos, em 2018, tínhamos metade disso, 315 alunos.

E&N – Acha que é um crescimento geral do Ensino Técnico?

Homem – As entidades públicas têm feito alguns esforços para fomentar os cursos técnicos. Inclusive, recentemente, saiu um novo Marco Legal do Ensino Técnico, já sancionado pela Presidência da República como forma de estimular o setor do Brasil. Se comparado a outros países da Europa, principalmente a Alemanha, o Brasil está muito atrás no ensino técnico.

E&N – Por quê os cursos técnicos crescem?

Homem – A remuneração é quase igual ou até maior que o Ensino Superior, dependendo do segmento profissional. Aqui no Brasil, temos movimentos assim também, a própria área técnica de Enfermagem, que agora teve o piso salarial aprovado, fez com que muitos se interessassem pela carreira técnica. Dependendo do curso, o formado em nível superior não recebe o valor do piso. Então, a carreira técnica é mais rápida para conseguir essa formação, além do custo ser menor.

E&N – Quais os novos investimentos da Fundatec?

Homem – Estamos com um projeto, para iniciar no fim do ano, voltado à revitalização da fundação para dar uma melhorada estética, de segurança e de conforto para os públicos de interesse que circulam na sede, especialmente colaboradores e alunos. Vamos ter uma nova área de convivência, que foi uma demanda que veio dos colaboradores num trabalho de pesquisa de clima.

E&N – E como a Fundatec trabalha a questão do ESG?

Homem – Desde março de 2021, não usamos mais energia elétrica da distribuidora. Pagamos apenas os impostos que vem na fatura, que não tem como não pagar. Mas somos autossuficientes em energia elétrica.