Inteligência Artificial: como estabelecer limites e se adaptar à nova realidade?  - Fundatec

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Inteligência Artificial: como estabelecer limites e se adaptar à nova realidade? 

A Inteligência Artificial tem sido um tópico de amplo debate atualmente, e é natural que os profissionais enxerguem nela oportunidades de expansão na forma de criar conteúdo. Entretanto, assim como todo novo recurso tecnológico, seus impactos não são plenamente mensuráveis, muito menos a forma como as pessoas vão assimilar. 

Em casos específicos, como o da campanha que reproduziu a cantora Elis Regina por meio de IA, existe uma questão que vai além do uso de imagem. É necessário redobrar a atenção sobre o posicionamento e se questionar antes de usar um recurso extremo, como recriar a imagem de outro alguém. Outra questão que a utilização de Inteligência Artificial levanta, é sobre um aumento nos índices de desemprego e interferência do mercado de trabalho, um dos temas abordados inclusive na recente greve dos roteiristas de Hollywood.  

Porém, toda a revolução é percebida com receio e cautela por parte da sociedade. Já vivemos grandes ciclos de mudanças, a diferença é que estamos em períodos mais curtos. É fato de que algumas posições e processos serão feitos de outra forma, contudo, profissões novas estão sendo geradas todos os dias e a forma como educamos crianças e jovens precisa acompanhar esses ciclos de transformação.  

Mas sim, a preocupação com o uso de IA de forma desenfreada é válida, e já existem movimentos para estabelecer limites, mas a resposta não será trivial. Por se tratar de uma tecnologia de fronteira, a abordagem ainda é experimental, então os bons e maus usos passam por esse ciclo. Precisamos de discussões abertas, em que se abordem as questões éticas e conceitos com responsabilidade. 

No Brasil, já foi apresentado um projeto de lei que institui o marco legal da Inteligência Artificial, mas ainda existem receios quanto à sua aplicação. Normas e culturas estabelecidas nessa lei convergem com outras iniciativas, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e o Código de Direito do Consumidor, preservando o conceito coletivo de transparência, segurança, confiabilidade e privacidade dos dados pessoais e do direito autoral. 

Contar com especialistas e com um diálogo multidisciplinar pode estabelecer um cenário de entendimento, fomento e capacitação. Os limites são fundamentais, assim como entender que esses cenários legais precisam se adaptar à nova realidade e velocidade das mudanças. 

Tatiana Ximenes, coordenadora do curso Técnico em Informática da Escola Profissional Fundatec