Dados pessoais devem ser protegidos e cedidos, em uma relação individual de acordo, como limites claros de compartilhamento e monetização dos mesmos. Entretanto, ainda estamos longe de compreender o real impacto da proteção de dados e o próprio conceito de quais dados devem ser protegidos, pois as tecnologias portadoras de futuro desafiam os padrões vigentes, criando cenários inesperados. Por isso, é importante saber que todos os dados pessoais de pessoas naturais, sejam em formato físico ou digital, devem ser protegidos.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe um cenário primário para estabelecer limites para algumas relações, mas existem lacunas de muitos prismas sociais, econômicos e tecnológicos que precisam ser discutidas. Ela representa um passo necessário, no entanto, uma abordagem preditiva para uma evolução tão rápida é um desafio. É necessário pensar para além do indivíduo, mas na adaptação de diferentes formas de relacionamento, comportamento, consumo e escalabilidade na criação e geração das abordagens que utilizem tecnologia.
A LGPD vem de um debate importante que mostra como alterar leis e garantir segurança de cenários que mudam de forma tão rápida é necessário. Assim, se garante a evolução da tecnologia, com padrões normativos sociais e de ética, viabilizando a criação de novos produtos e modelos de negócios que atendem problemas antes não resolvidos, ou nem existentes. As leis precisam da segurança social, mas com um olhar flexível para que seja possível uma transformação necessária e impossível de se impedir.
Com esse avanço, um dos maiores ganhos foi colocar o usuário no centro das discussões, pensando no impacto e direitos individuais e os limites que empresas e organizações podem ter em suas estratégias digitais. Isso porque as instituições, devem atuar por meio de discussões e conhecimento sobre LGPD, que ainda precisam ser sistematizadas, bem como manter um diálogo contínuo sobre essa questão com a sociedade, órgãos regulamentadores e empresas. Assim, poderemos criar coletivamente um entendimento sobre o assunto, que não se esgota no estabelecimento dessa lei.
Precisamos de um entendimento social maior sobre o que são dados pessoais e as políticas de uso que concordamos, bem como o impacto de cada decisão. As empresas estão se preparando e criando seus entendimentos, mas de forma geral essa deve ser uma conivência social, que permeia decisões simples do dia a dia na adoção de soluções e serviços.
Por isso, te convido a pensar: será que seus dados já estão totalmente seguros?
Tatiana Ximenes, Coordenadora do Curso Técnico em Informática da Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências – Fundatec