Vivemos um momento político e socioeconômico de muita instabilidade, o que causa apreensão aos empregadores e à sociedade em geral. Quanto aos primeiros, se apresenta a aflição sobre o acúmulo da crise financeira gerada na pandemia e que ainda não conseguiu espaço para se recuperar e, ao mesmo tempo, o medo em relação ao futuro. Percebemos um movimento de retração econômica, redução de custos, de demissões. Mas será que a demissão é a melhor alternativa?
É sim o momento de ter mais controle econômico, reavaliar prioridades, rendimentos, funcionamentos e logísticas. Mas existem diversas medidas a serem tomadas para as contas da empresa permanecerem positivas, como renegociar os contratos com fornecedores, analisar gastos recorrentes, buscar receitas em mercados ainda não explorados e até adaptar seu produto ou serviço para um novo segmento.
Em um momento em que o desemprego recuou para 8,9% e atingiu 9,7 milhões de brasileiros em agosto deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas devem avaliar o corte de funcionários para que este número não volte a crescer, já que para a economia continuar girando, é necessário que o cidadão tenha poder aquisitivo e poder de compra, fazendo com que os valores voltem para o mercado. Além de que o desligamento também resulta em despesas rescisórias de curto prazo para a empresa e se for em número maior de cortes, pode até causar uma crise de imagem.
O corte de funcionários como paliativo para um problema financeiro, não é a melhor estratégia, ainda que, por vezes, seja inevitável. É sempre inteligente buscar novas alternativas, encontrando formatos que sejam bons para ambos. Sim, talvez este seja um malabarismo muito difícil, mas garanto que esse esforço por encontrar saídas criativas vale a pena.
Há quem pense que o empregador que opta pela demissão é cruel por não se importar com o impacto gerado às pessoas, mas também pesa sobre os seus ombros o sustento de famílias inteiras, e em casos extremos, o desligamento de uns é a forma de manter outros. Não são decisões fáceis de tomar.
Por isso, entendemos que, às vezes, a demissão é necessária, mas antes de optar por esta resolução, lance mão de sua criatividade, busque apoio e orientações. A redução e controle de custos é essencial, mas precisa ser feita de forma inteligente, consciente e responsável.
*Felipe Homem, Administrador e Diretor da Escola Profissional Fundatec.