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Liderança remota: troca de controle por confiança

Durante a pandemia, aumentou exponencialmente o volume de trabalhadores remotos, e o que parecia temporário, tem cada vez mais se solidificado como um novo formato de trabalho. Porém, ao passo que traz soluções, o trabalho remoto também desafia em muitos aspectos, entre eles na gestão de pessoas. Dentro disto, talvez o desafio mais importante seja a troca do paradigma de controle pela confiança.

Os líderes que quiserem manter o formato antigo de gestão, terão mais dificuldade de adaptação e sucesso. Precisamos entender que não podemos mais agir de uma forma engessada, como vínhamos fazendo há cem anos, porque o mundo mudou. E isso é maravilhoso porque este novo modelo abre as portas para as pessoas mostrarem a sua criatividade e serem consideradas dentro de suas habilidades e particularidades, de forma mais humanizada.

O que engaja as pessoas é elas se sentirem vistas, desafiadas, consideradas, com possibilidades de gerar resultados buscando objetivos e propósitos e não apenas cumprindo tarefas só por cumprir. Quando a meta é uma imposição, sem uma relação de envolvimento e consideração do outro, o trabalhador vai executar também de forma mecânica, sem o envolvimento, muitas vezes com raiva, por se sentir desconsiderado.

Até que ponto estamos envolvendo as pessoas? É impossível um gestor ter o controle de tudo. Ele precisa confiar na sua equipe, que vai estar nas pontas dos processos. E quando essa pessoa que está na ponta se sente valorizada, desafiada e confiada, ela vai se comprometer em trazer os resultados, em resolver os problemas, em cumprir a tarefa e alcançar as metas. Essa pessoa que se percebe vista e considerada, vai criar, vai fazer gestão de recursos, gestão de tempo, vai inventar novas formas de fazer. E isso é tratar o ser humano como humano.

O trabalho remoto nos alertou para a necessidade da mudança desse paradigma de gestão, que absolutamente não se sustenta no on-line, mas que também já não funcionava de forma satisfatória no presencial: a padronização metódica e mecanicista das pessoas para o cumprimento de tarefas. Precisamos trocar essas amarras por empoderamento, esse controle por confiança e abrir espaço para a liberdade de cada um ser como é. Assim, conseguiremos manter equipes criativas, engajadas e competentes, pois trabalham motivadas por propósitos compartilhados.

Maria Regina Xausa, Consultora da Fundatec, formadora e mentora de líderes e negociadores.